quinta-feira, 14 de julho de 2011

O amor e suas surpresas



         Ele estava a apenas alguns metros de mim, e eu o observava com cautela para que não fosse percebida. Podia quase sentir seu cheiro, mas ainda assim, ele estava distante. Distante demais para que eu pudesse alcançá-lo, distante demais para que eu sequer falasse alguma coisa.
             Tentava lembrar-me quando foi que as coisas ficaram tão frias, mas não conseguia. Tudo mudou de forma rápida, sem que nós nos déssemos conta. Viramos amigos, ou apenas meros conhecidos.
           Senti vontade de voltar atrás, de ver em que ponto exatamente nós nos separamos. Porque somos assim, precisamos estar diante de uma situação desconfortável para então, analisarmos os fatos com o devido cuidado. Para então, descobrir que não somos indiferentes àquela pessoa. Descobrir que há algum sentimento. E o famoso vazio começa a habitar nosso corpo.
         Continuava encarando-o, estática, quando ele virou-se, percebeu minha presença e encontrou meu olhar. Sorriu e, lentamente, aproximou-se.
         Só parou quando ficou a centímetros de mim. Pegou minha mão e a levou até seu peito. Senti seu coração, tão acelerado contra minha mão. E, como num gesto involuntário, minha outra mão pousou em meu peito. Nossos corações estavam em sintonia.
         – Veja – ele disse – é isto que você causa em mim!
       Sorrindo, dei um beijo leve em seus lábios e de repente, tudo fez sentido. Nós havíamos nos afastado para que o destino nos unisse novamente no momento certo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário