Será que
precisamos realmente seguir arisca o que a sociedade impõe? Quer dizer, você
nasce, cresce, amadurece, apaixona-se, casa-se e morre?
Cresci
ouvindo (da sociedade inteira) que a fórmula para uma vida feliz e completa é
ter um bom emprego, ter um corpo capaz de causar inveja (lê-se: magro, mas com
curvas, sem nenhuma celulite, sem estrias e de preferência, com tudo durinho),
ser vaidosa, ter um bom marido, ter em média dois filhos e um cachorro, e
morrer rodeada por netos e bisnetos.
Nunca
aceitei muito esse script. Então quer dizer que se eu não quiser ter filhos nem
casar-me, tiver aversão a cachorros, ser gordinha e pouquíssimo vaidosa, serei
menos feliz? Se eu quiser viajar pelo mundo, conhecer, explorar, realizar
aqueles sonhos de quando se é criança e se acha que pode abraçar o mundo,
estarei sendo insensível ou insana? Então quer dizer que a felicidade não é
algo particular, é algo imposto, como se fosse uma receita. Faz-se felicidade
acrescentando filhos a uma tigela com marido e mexendo-se bem, até isto
engrossar, depois se coloca no forno por alguns anos, até que você possa colher
o que plantou. E voillá, sua felicidade está pronta. Passe adiante.
Não.
Acredito naquela felicidade que se encontra nas pequenas coisas. Não olhe-se no
espelho com muita frequência. Não se preocupe em estar bonita sempre,
preocupe-se em estar feliz consigo mesma. Cante no chuveiro, assista aquele
filme que sempre te faz chorar, comendo uma bacia de pipoca com chocolate, sem
importar-se com as calorias que aquilo possa ter. Mas não se esqueça da comédia,
ela deixa tudo mais colorido. Fale pras pessoas diariamente o quanto elas são
importantes para você e o quanto você as ama. Tenha tempo para a sua família, e
não se esqueça dos amigos.
Deite sob
as estrelas e as observe em silêncio. Absorva a energia que elas transmitem.
Encontre alguém que entenda e aceite suas vontades e esteja disposto a realizar
seus sonhos mais absurdos ao seu lado. Viaje. Preocupe-se menos com coisas
materiais e mais com o bem estar.
Mude
frequentemente. Só assim você saberá realmente seu lugar no mundo. Faça o que
gosta. Faça de seu trabalho, um hobbie. Ame a vida. Explore-se. Conheça-se. Só
assim poderá conhecer os outros. Grite quando tiver vontade de gritar. Brinque.
Saia sem rumo. Entregue-se às suas vontades.
Mas o
mais importante: NUNCA deixe de ser você mesmo. Busque-se; mude, mas não perca
sua essência. Cada pessoa é única, e tem qualidades que valem a pena serem
mostradas. Então não esconda as suas. Não implore o afeto de ninguém, mas
também não seja fria, nem impenetrável. Não tenha vergonha de se mostrar, nem
de amar loucamente. Vergonha deve ter quem é desprovido do amor. E não se
esqueça: A sua felicidade é você quem faz.