...Aprendi a ignorar qualquer sentimento que viesse a
desabrochar, a controlar minha vida, a ter outras prioridades. Coloquei o mundo
inteiro na frente do amor. E sem perceber, criei uma barreira ao redor de mim
mesma, que proibia todos de atravessar, e, consequentemente, me proibia de ver
o outro lado.
Convivi com isso por muito tempo, tanto tempo que aprendi a
viver sem o coração acelerado, sem as pernas tremerem, sem o nervosismo do
primeiro encontro... Argh, odiava pensar na hipótese de (re)viver tudo aquilo
que eu jurava ter deixado no passado.
Com o tempo, troquei minhas fantasias românticas pelas
insanas. Troquei homens por livros e amor por estudo. Achei que finalmente
tinha encontrado a fórmula para a felicidade. Ser autossuficiente e inteligente
o suficiente para não me apaixonar novamente. Que tola eu, nem reparei que o
amor já havia me encontrado outra vez.