- É só
você que eu quero, entendeu? – Ele disse, olhando fixamente para meus olhos que
se enchiam de lágrimas.
- Mas e
ela? Eu sei que tem outra, você não perde tempo; nunca perdeu. Talvez ela seja
muito melhor pra você do que... – Não pude
terminar, pois naquele momento, ele deu um meio sorriso e colocou o dedo indicador
sob meus lábios, num pedido de silêncio.
- Xiiiu,
garota boba. Sempre tirando conclusões precipitadas... Ela é bonita, divertida,
mas nunca será você. Você, com essa mania de me contrariar, esse jeito ousado,
mas sensível de encarar o mundo. Você, com todos os defeitos e com todas as
manias me conquistou. É você que eu quero. Sei que não acredita no amor, mas,
fiquemos em silêncio. – Ele parou de falar por algum tempo, depois exibiu seus
dentes levemente desalinhados e perfeitamente brancos, num grande sorriso. E
disse:
– Você consegue escutar seu coração batendo
aceleradamente contra seu peito? – Fiz que sim com a cabeça. – É, eu também. E
isto basta, não é? Sempre dissemo-nos que enquanto tivéssemos isto, seria suficiente.
Eu te pergunto, ainda é? Sei que você me ama, por mais que negue. Seus olhos
dizem o que sua boca não consegue dizer. – Ele pegou em minha mão. – Enquanto
estivermos ligados um ao outro de alguma maneira, enquanto você invadir meus
pensamentos à noite, provocar meu ciúme, minha ira; enquanto eu habitar seu
coração, estaremos amando. Sempre estarei com você, seja fisicamente ou em suas
melhores lembranças, assim como você sempre estará comigo. E enquanto tivermos
isso, teremos tudo!
Outra
lágrima escorreu por meu rosto, mas desta vez era de felicidade. Eu não
precisava dizer mais nada, ele havia dito tudo. Então apenas sorri.