sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Talvez o certo, não seja perfeito



- É só você que eu quero, entendeu? – Ele disse, olhando fixamente para meus olhos que se enchiam de lágrimas.
- Mas e ela? Eu sei que tem outra, você não perde tempo; nunca perdeu. Talvez ela seja muito melhor pra você do que...  – Não pude terminar, pois naquele momento, ele deu um meio sorriso e colocou o dedo indicador sob meus lábios, num pedido de silêncio.
- Xiiiu, garota boba. Sempre tirando conclusões precipitadas... Ela é bonita, divertida, mas nunca será você. Você, com essa mania de me contrariar, esse jeito ousado, mas sensível de encarar o mundo. Você, com todos os defeitos e com todas as manias me conquistou. É você que eu quero. Sei que não acredita no amor, mas, fiquemos em silêncio. – Ele parou de falar por algum tempo, depois exibiu seus dentes levemente desalinhados e perfeitamente brancos, num grande sorriso. E disse:
 – Você consegue escutar seu coração batendo aceleradamente contra seu peito? – Fiz que sim com a cabeça. – É, eu também. E isto basta, não é? Sempre dissemo-nos que enquanto tivéssemos isto, seria suficiente. Eu te pergunto, ainda é? Sei que você me ama, por mais que negue. Seus olhos dizem o que sua boca não consegue dizer. – Ele pegou em minha mão. – Enquanto estivermos ligados um ao outro de alguma maneira, enquanto você invadir meus pensamentos à noite, provocar meu ciúme, minha ira; enquanto eu habitar seu coração, estaremos amando. Sempre estarei com você, seja fisicamente ou em suas melhores lembranças, assim como você sempre estará comigo. E enquanto tivermos isso, teremos tudo!
Outra lágrima escorreu por meu rosto, mas desta vez era de felicidade. Eu não precisava dizer mais nada, ele havia dito tudo. Então apenas sorri.