segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Em busca da paz interior



Sabe quando você acorda com um peso absurdo sobre você? Quando é tão pesado, que parece que o mundo desabou enquanto você dormia? E esse mundo desabado impede que você abra os olhos e tenha vontade de encarar este novo dia? Que você sente um aperto no coração, como se alguma mão imaginária o estivesse comprimindo? E você tenta se livrar disto, mas é muito mais forte que você. Até que você encontra forças, não sabe aonde, para abrir os olhos. E vê que faz sol. Mas não é um sol comum, é um sol que entra em cada poro do seu corpo, inclusive em sua alma, e você consegue levantar, mas o peso ainda está aí, não se engane.
Então. É exatamente por isso que vim parar aqui. Em cima desta montanha, observando uma pequena cachoeira, que faz contraste com o azul do céu e com o verde das árvores. Caminhei até aqui com a convicção de que este peso diminuiria, e se tivesse sorte, até sumiria.
Olho para o horizonte, e me pergunto, que segredos este mundo - tão grande e tão pequeno – esconde. Olho para os pássaros, e desejo ser livre como eles. Poder voar, e observar tudo em silêncio. A calmaria das águas, a sensação do vento batendo forte contra o rosto, não sentir o chão sob meus pés, e mesmo assim, não sentir medo. Apenas paz. Uma paz absurda. Como deve ser?
Então, olho para a cachoeira. Sua água agitada, como se quisesse dizer alguma coisa. Escuto o barulho, e sinto a leveza e a paz daquele pássaro. Viajo para meu passado, lembrando das pessoas que marcaram minha vida, e faço uma retrospectiva. Depois, viajo ao futuro, vejo meus sonhos realizados. Estou voando. Voando para dentro de mim mesma.
Sinto a brisa leve bater em meu rosto, e pela primeira vez, estou sentindo de verdade. Não estou em meio a uma cidade grande, correndo apressada para não perder o ônibus, com o vento bagunçando meu cabelo. Não. Aquela brisa estava me mostrando que somos sensíveis e frágeis. Que perdemos muito tempo da nossa vida tentando sentir tudo, e não sentindo nada. E aprendo que não há nada melhor do que sentar no alto de uma montanha e observar a natureza. Entrar em contato com ela. Sentir meus pés na grama molhada, a brisa acariciando meu rosto e escutar o barulho das águas. E sentir-me leve.
Você lembra-se daquele peso? Ele sumiu. Porque eu aprendi a suavizá-lo.