domingo, 10 de julho de 2011

Quando a realidade se torna um pesadelo


          Acordou assustada. Olhou a sua volta, nada havia mudado. Tremia e seu coração estava acelerado, tinha tido mais um de seus pesadelos horríveis. Se relatasse a alguém, essa pessoa certamente não sentiria tanto medo, pelo contrário, poderia até rir e achar totalmente banal.
         Sonhara com o nada. Ela, a floresta, uma trilha e o desespero de se ver perdida. Olhava para frente sem enxergar direito, mas via um vulto. Um vulto que se aproximava lentamente, tomando a forma de um homem. Mas não era um homem qualquer, era ele, a única pessoa que ela desejaria ver naquele momento.
        De repente o medo se transformou em alívio, e sentindo-se completamente feliz, correu ao seu encontro e o abraçou. Disse que havia sentido sua falta e que o amava com todas as suas forças. Quando percebeu que ele não estava retribuindo seu abraço e sua expressão era de total frieza, seus olhos que muitas vezes brilharam ao lhe ver estavam indiferentes.
       Como se ela tivesse encontrado a última peça de um quebra-cabeça, ela entendeu. Aquilo fora um adeus, nada mais fazia sentido para ele. Agora ela fazia parte do passado, uma peça insignificante. Não havia mais amor.
       Sentiu um torpor, como se o chão tivesse se partido em dois e ela estivesse caindo no buraco que separava os dois lados. Queria correr, livrar-se do aperto em seu peito e fugir. Pra qualquer lugar. Esquecer dele e dos momentos ao seu lado. Mas não era possível apagar o que passou.
       Voltou à realidade, mas não completamente. O lugar em sua cama continuava vazio. Ele de fato não estava mais ali. Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto e a sensação de abandono tomava conta de seu ser. Tentando esquecer aquilo tudo, ela fechou os olhos inundados de lágrimas, virou de lado em sua cama e mergulhou novamente no desconhecido.

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