terça-feira, 26 de julho de 2011

Você nunca estará sozinha



Eu mantive minha promessa. Todas as terças-feiras, exatamente às 3 horas da tarde, eu ia vê-la. Não importava se estava chovendo ou com sol, levava minhas cartas e deixava ao pé de seu túmulo. Sabia que ela não leria, mas de certa forma, era como se ela voltasse a ser minha, não apenas em memória. Eu sentava e olhava para sua foto, conversava com ela, contava minha vida, meus problemas, minhas alegrias, contava como quem sente que a outra pessoa está ouvindo. Por mais que eu soubesse que era apenas minha mente encontrando uma maneira de me consolar. Por mais que eu soubesse que não, ela não voltaria.
O problema só começava na hora da despedida, porque a dor era muito grande, e dizer adeus se tornava quase impossível. Mas eu precisava ir embora. Então simplesmente beijava sua foto, olhava de relance para o restante do cemitério, e entre lágrimas caminhava em direção à saída. Algum dia me acostumarei com isso, pensava sempre. O que eu não sabia era que pra se acostumar, a gente precisa esquecer, e eu não ia conseguir esquecê-la.

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