Ela estremecia quando lhe falavam que nada dura
para sempre, e ria quando lhe diziam que o que ela sentia não era amor.
Como podiam ter essa certeza? Para ela, seu amor
era verdadeiro e para sempre. Bando de gente tosca essa que tentavam impor a
ela essa mesmice de amor e eternidade.
Mas como todos sabem, o tempo passa. Seu “amor”
acabou, ela chorou, lamentou, quis nunca mais sair de seu quarto, mudou, fez
novas amizades, conheceu novas pessoas, riu, abraçou, beijou, se apaixonou
novamente. E ele acabou virando mais uma peça pertencente ao passado. Nada
mais.
Lembranças foram a única coisa que restaram de seu
“quase-amor”. E, um dia, revirando uma caixa velha que há muito tempo não
abria, ela encontrou pedaços de seu passado. Algumas cartas, entradas de cinema,
presentes, cartões, e lá no meio, uma flor murcha.
E então ela entendeu. Aquelas pessoas estavam
certas. Nada dura para sempre, e o que sentiu não era amor, nem sinônimo dele.
Pessoas mudam, promessas são quebradas, novas promessas são feitas, percas, conquistas,
descobertas, essa é a vida.
Como a flor, seu amor também murchou e ela não podia fazer nada para
evitar isso.
Toda aquela magia só seria amor verdadeiro, se
agora, tanto tempo depois, ela abrisse a caixa e não visse seu passado lá, mas
sim seu presente e seu futuro. E junto com a flor murcha haveria mais flores,
algumas murchas também, mas outras vivas e lindas. Essa seria a prova de que
seu amor não murchara, afinal, o amor devia ser renovado, e não esquecido
dentro de uma caixa velha e mofada.
Ps: texto antigo, achado dentro de uma caixa velha e mofada.
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